“Se ao menos soubesses tudo o que eu não disse ou se ao menos me desses as mãos como quem beija e não partisses, assim, empurrando o vento com o coração aflito, sufocado de segredos; se ao menos percebesses que eram nossos todos os bancos de todos os jardins; se ao menos guardasses nos teus gestos essa bandeira de lirismo que ambos empunhamos na cidade clandestina Quando as manhãs cheiravam a óleo e a flores... e o inverno espreitava ainda nas esquinas como uma criança tremendo; se ao menos tivesses levado as minhas mãos para tocar os teus dedos para guardar o teu corpo; se ao menos tivesses quebrado o riso frio dos espelhos onde o teu rosto se esconde no meu rosto e a minha boca lembra a tua despedida, talvez que, hoje, meu amor, eu pudesse esquecer essa cor perdida nos teus olhos.” Joaquim Pessoa
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A mostrar mensagens de agosto, 2013