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A mostrar mensagens de dezembro, 2010

memories

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não me esquecer prometo. nem as cicatrizes, as tatuagens, o cabelo no lixo da casa de banho, os olho borrados, as rochas, os calhaus no meio do caminho, os concertos, nos banhos e as conversas ordinárias à hora de jantar, a happy a fazer de bíblia, a bíblia a fazer de lenha, o álcool a tornar-se água, o sangue a tornar-se álcool, a água a tornar-se vinho. não vou esquecer os bailes, os saltos altos e a lama, vou recordar para sempre as bolachas a virarem cinzeiros, as costas a virarem cicatriz, o mar a virar vinho. e não esquecer os berros, as nódoas negras nos joelhos e as conversas no parque, não vou esquecer as escolhas, certas ou erradas, certas ou precipitadas. não vou esquecer o algarve, nunca hei de esquece-lo, não vou esquecer os semis, os quartos ou a nossa eterna maionese. e vou lembrar-me sempre que ouvir a palavra espreguiçadeira, sempre que ouvir a palavra barco, a palavra virgem. o leme e o remo, o leite e a cerveja, as riscas e o discoclub, a moranguita e o baile, triâng

amo amor amor, dizias tu

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sim, que raio de mentirosa te foi sair, que raio de paixão essa. amor amor , dizias tu num silêncio profundamente apaixonado. e que te dizia o meu silêncio? que cantava ele para além de meia dúzia de mentiras que não ousava contar-te, para além de mil fantasias sexuais que eras incapaz de compreender. oh, como desejei eu que o meu silêncio também te dissesse amor amor amor. teríamos sido perfeitos de facto, mas isto não são facto meu querido. são devaneios. boa noite, boa sorte.

não posso abraçar as palavras que sussuraste

ouve assim o meu coração a suar, a arfar sobre os gumes do teu peito. ouve-o gemer sobre a dor dos teus olhos, sobre a sobrecarga de muitos nós  idos, de tempo idos, de memórias riscadas por vagabundos maníacos, de loucura feita, de corpo perdido. a raiva que tenho possui-me por me teres feito odiar este meu corpo que acolhe todos os meus vícios decalcados, todos aqueles que por luxuria não sei mais largar. e nem esse tu tão doce, nem esse  tu que jurei saber em noites idas, nem ele é capaz de vir buscar aquilo que por avareza estrangulou, nem ele consegue esticar-se mais do que o típico apontar do dedo. oh malvados copos de vinhos, copos quebrados sobre o sangue do meu corpo, veias rasgadas, suicídios de madrugada, pudesses tu vir ver-me nua, gorda e gasta nesta cama em que tanto gemeste. viesses tu ver-me assim, tão finalmente cristalizada nesta minha loucura puramente doentia, oh pétala amarga, sangue de teor alcoolizado, vem dar de beber a esta minha boca seca de nós, esta minha bo

sonhos envenenados

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Os segundos demoram anos a passar, o bafo a arguardente velha insiste em ficar nesta minha garganta arranhada, queimada. Os olhos ardem por estas lágrimas quentes a ponto de ferver, a ponto de queimar o rosto que as amparam, o estômago dobra-se sobre as dores tão habituais, tão caracteristicas destes meus vícios, deste meu modo de amar a vida. Oh dores minhas, torturas nas madrugadas em que me acordas, soubesses tu o veneno que queima cada sonho meu, cada sonho em que faço do meu, o nosso.
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a vida é tão efémera bebé. deixa-me ir, deixa que esse mar de cerveja me engula a alma, deixa-me cair nessa minha raiva dos outros. deixa-me amar-te assim, neste nosso desalento mentiroso. deixa-me contar-te a verdade. deixa que as minhas mentiras me comam viva. deixa a culpa no correio, deixa-me morrer de overdose. deixa-me morrer de irresponsabilidade. deixa-me só. deixa-me morta no tapete da sala de estar. deixa-me nua e pálida, exangue e fria. deixa-me ficar pousada em frente a televisão ligada, deixa que a realidade das noticias me roube o que essa tua morte não me tirou.