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A mostrar mensagens de junho, 2012
Somos sonhos que nunca acabam, algo que não podemos segurar entre os braços quando dormimos sozinhos. Somos algo bom que nos reconforta na solidão que é ser-se humano. Somos crianças com medo de dizer a verdade, com medo que a verdade nos coma o coração. Tu foste o melhor coração que conheci, mas o maior sonhador também. Preciso de realidades palpáveis, algo que possa apertar nas noites em que estamos juntos. Preciso de algo que não seja para ser sonhado mas vivido. Algo que possa sair dos sonhos para a palma das nossas mãos. Preciso de ti entre o meu peito e de nós entre os dias.
Não consigo dormir, os dias passam e eu não consigo mais  adormecer  sem pensar, adormecer  sabendo  que fiquei calada o dia todo. Não consigo falar, todos os dias os teus olhos calam-me os sonhos e os medos. Não consigo olhar-te nesses olhos que me mentiram  tantas  vezes e dizer a verdade. É como se mentir se tivesse tornado parte de nós e o símbolo de honestidade que eras para mim soa apenas a uma memória distante. Tal como eu, tal como eu um dia. Os sonhos que tinha para nós, as ambições que partilhamos agora parecem absurdas. Sonhadores. Aprendizes de Feiticeiros. Boa dia dodô, até ao dia.

Para sempre ou nunca mais

Os dias passam devagar e a impaciência parece diminuir à medida que a tua cresce. A necessidade de ficar sozinha sem ter de ficar só. O desejo de apenas um ombro e nada mais que possa correr pior. Um talvez para ti nao chega e para mim um 'se' é inseguro o suficiente. Para mim e para nós preciso bem mais do que um 'e se um dia', preciso de um 'nunca' ou um 'sempre'. São essas as minhas exigências: para sempre ou nunca mais.

Carpe diem

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Era dia-não. Dia de dizer que não de vez, era dia de abrir os olhos e chorar de cara lavada. A tua voz tremia, do outro lado promessas fazias e as tuas palavras trocavam-se nos medos. A minha voz não tremeu nesse dia, não dizia ainda não mas não dizia de todo sim . O teu choro pedia uma resposta, os teus olhos de cachorro pediam-me que ficasse, conhecia-os tão bem, de tantos anos, a necessidade de segurança que afinal era superior à minha, a necessidade de futuro tão superior à minha vontade de comer o presente. Era esse o nosso destino, realidade apontadas a objetivos diferentes, ambos encostados a passados que não se cruzaram ou se entenderam. Tudo na minha vida era baseado num passado perto, usava-o como desculpa para a necessidade de ver tudo tão efémero, a necessidade de querer um presente a cima de um futuro incerto. A preciosidade que era para mim o momento e não a esperança do amanhã. A vida um dom; o sexo uma brincadeira de mau gosto; o amor água de lavar cacos. Tudo
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Somos feitos de materiais diferentes, pedaço que explodem ao contacto pele a pele. Somos cacos de memórias daquilo que fomos, sonhadores de que - um dia - a sensação de satisfação vai voltar e a palavra amor vai fazer de novo sentido. Somos coisas diferentes que acreditaram que os oposto se atraem, ingénuos que achavam que se conseguiam moldar um ao outro. Mentirosos que não acreditavam num futuro em conjunto mas disseram que sim no dia da verdade. Fomos bons um dia, eu sei. Mas tu não sabes mais dizer a verdade, tu não sabes mais gostar de mim pelos dias-não, não consegues mais achar que os dias-sim valem a pena. E eu sei qual é o teu tipo de casal e o teu tipo de amor, mas também era suposto saberes o meu, também era suposto saberes quem sou, também era suposto amares-me por aquilo que sabes.