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A mostrar mensagens de maio, 2011
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dei sempre tudo o que tinha em honra desse ideais tão loucamente apaixonantes, e agora? o resto desse trapo velho que era um coração fraco, um tanto ou quanto adoentado, que gemia frases tuas, com uma eloquência digna de romances pré-históricos, esse trapo está ainda mais gasto, a rasgar o limite do real, entre o sem-abrigo e o esquizofrénico, sem nunca saber em que lugar estar. era como se todos aqueles pequenos refúgios, de lama e sangue, fossem o seu lugar de eleição, ao mesmo tempo que eram a sua sina, a sua perdição, o seu labirinto de caminhos ainda por definir. sim, como vagabundo, meu vagabundo, perdido em ruas certas por se sentir tão errado, porque aquilo que tatuou na pele nunca ficou tatuado no ser, porque cortar o peito não é o mesmo que decorar a epiderme. bom dia  - por hoje, era tudo o que não queria.

amor utópico

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contador de histórias, de sábados a rasgar o infinito e de domingos de légua curta. seria esta a descrição que encaixava no teu tom de pele meio morena, nos teus lábios a cada dia mais carnudos, de um rosa brilhante, quase maquilhado. seria assim que choraria os cacos da tua imagem, que gemeria essas memórias rascas dos teus lábios colados na minha pele pálida, relembrando como a tua respiração me levara - muitos anos antes - a sonhar alto de mais, longe demais. tudo porque sobre o suave toque dos teus dedos no meu rosto ingenuamente enrugado, ficaram memórias promiscuas das tua mãos grandes, alargadas à extensão do horizonte, perdidas entre os nós dos meus ruivos caracóis. memória que muitas vezes me rasgou a ideia utópica que tinha da tua sensibilidade masculina, tudo porque de nós apenas sobraram picos, com nada de cravos, nada dessas sempre utópicas rosas, oferecidas num qualquer dia festivo ou apenas quando dizer desculpa  se tornava demasiado utópico para um homem como tu, desses