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A mostrar mensagens de outubro, 2013
As minhas mãos tremiam sobre aqueles lençóis num misto da melhor e pior noite da minha vida. O meu peito doía, e no fundo deste algo negro ia crescendo pouco a pouco. Não era mais quem prometera ser, fiel, incondicionalmente àquilo que se ama. Ou talvez já não amasse mais.  As paredes estavam cobertas de sangue, o tapete ensopada naquele fluidos quente, vital e incolor que ninguém via, só eu. Ele sorria-me na ponta da cama e passava as mãos suaves sobre as minhas pernas de criança. Eu era uma criança nos seus braços, nos braços de alguém não tão mais velho que eu e que agora me pertencia como nenhum outro. E o mundo caia-me por entre os dedos, cerrados de pânico enquanto me apercebia, pouco a pouco, que aquele domingo iria assombrar me até ao fim dos meus dias. Ou não, a minha noção de consciência sempre deixara muito a desejar. - Tens um corpo lindíssimo - não sabia ainda eu que aquela frase me assombraria sempre e que, assim que alguém pronunciasse algo semelhante, eu voltaria aquele