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A mostrar mensagens de fevereiro, 2012

derrames fechados e abertos

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- Como é que tu, a eterna voz da razão e da mudança dos padrões sociais, me vem agora falar de relações fechadas? - É uma questão de confiança na espécie humana, eu não acho que as pessoas mudem, acho que se adaptam, acho que aprendem palavras como respeito e verdade , segurança . Talvez fechada seja a palavra errada mas a verdade é que gosto de acreditar que ele é fiel ao meu bem estar porque se preocupa e me protege - não da verdade como tantas vezes o julgas - mas dele próprio e dos erros humanos que ele pode cometer. Creio que, na eventualidade de ele encontrar alguém melhor - e não ter coragem de me largar antes - quero acreditar que se protege quando está fora, quero acreditar que o faz para me proteger tanto a mim como a ela. Tenho fé nele, não como a eterna voz da monogamia mas como voz da verdade, quero convencer-me de que ele não me irá mentir quando for hora de me proteger e de cuidar de mim. Porque é isso que ele é, toda a sua essência gira à volta da verdade, é isso

derrames daquilo que fomos

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Quero dizer-te que sou mentira, que a calma e tranquilidade que te transmito é pura ilusão da pouca paixão que me tens e que rapidamente se desvanecerá. Tudo em mim são raivas e ódios dos outros e de tantos como eu, tudo por cá são paixões e desejos por realizar. Sofro e esperneio toda a minha cede de tudo viver, tudo quero mas nada procuro, tudo o que eu sou para ti é tudo aquilo que odeio em mim. Quero que saibas que toda a paixão que procurava se tornou raiva e fogo no meu corpo, todo o ódio que carrego de mim são amores pelos outros, aqueles que soam sempre tão perfeitos aos meus olhos chorosos de puta ordinária. Sim, tudo o que quero é ainda carne e fogo e o adormecer do ser, a paixão do arrancar das roupas com a alma a cair no chão aos pedaços. Tudo o que sou para ti são cacos de algo que já não existe sem ser aí, nada de mim sem ser raiva aqui pulsa, tudo o que fui de doce e de amor está em ti, e o resto sou eu. Sem ti sou só este caco meu, mutilado e morto, que apenas com

derrames das desculpas que não te pedi

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tu conheceste o autêntico carnal em que me afogava, o desalento daquelas salas cheias de pessoas vazias e camas semi-preenchidas. tu conheceste-me à-prova-de-bala, quase imortal nesse mundo de gente morta e chorosa, nesse recanto para onde me puxavas e eu me mantinha imóvel, como se toda a inércia não me deixasse ver para além da saudade. sim, eu tinha saudade, tinha as letras de tal palavra cravadas no peito e a sangrar-me os olhos em lágrimas sem fim, e ainda assim eu só chorava. não havia em mim amores para ti, não havia paixões para ti, nem tesão, nem alma. apenas um pedaço de pele morto, com um coração que não palpita, respiração regular e atividade cerebral no pico mínimo. e isso de mim nunca chegou para ti, esse pedaço distante de mim não chegou sequer a aquecer o teu coração que te saltava do peito a cada beijo, e eu esvaziava-me ao compasso em que te enchias, porque o mais pequeno nada era tudo para ti, e para mim, bem..., para mim tu eras meu. tu eras meu mas eu não era m