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A mostrar mensagens de novembro, 2011

derrames de gente demente

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demências. algumas vez passamos disso? eu e tu, nunca passamos de ser mudos e insanos, que nunca souberam bem as arestas sóbrias da palavra amor . não sei se és tu, mas isto já não sou eu. não sei se sou egoísta o suficiente para não querer isto para mim ou se sou altruísta em demasia para não querer isto para ti. e amor é uma palavra bonita, ensinaste-me isso sem que duvida ficasse, mas não me fica bem, é uma palavra que não nos  fica bem.

derrame de Reis

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Ele tem aquele tempero que te falei sabes? Aquela desumanidade que o torna em algo perfeitamente equilibrado. É a proibição de tudo o que nos dá prazer e assombra a libido, como uma despersonalização de todo o ser. Ele coage-se a viver a vida como eu, nos recantos e desencantos de um coração desapaixonado de tão morto. Deixando passar a vida sem tirar aquele proveito carnal, sem rasgar a pele ou roer os próprios ossos. O controlo emocional que nele vejo é - na maior das ironias e paradoxos - a ausência disso mesmo, o desligar de todos os botões humanos que nos levam a amar ou odiar, que nos levam a retirar prazer de cada pequena coisa que fazemos e que - no final - pode vir a ter consequências. Ele tem tudo o que desejei para mim e não consegui, toda aquela firmeza e indiferença ao próximo, o aproveitar do presente ainda que distante, o cansaço de uma vida que passou sem dar conta, porque não foi - no final - vivida de todo. Ele tem aquela calma típica de quem nunca passou a linha, de

derrames das minhas letras sobre as nossas verdades

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para onde foste tu naquela noite em que te esperei até madrugada? onde estava esse teu amor pingado que me obrigava piamente a te esperar? eu procuro. eu procurei e esperei por aqueles teus impulsos pelos quais me apaixonei, pelos ramos de flores na secretária do meu escritório e a banheira do quarto de hotel coberta de uma espuma colorida. eu procurei em ti - anteriormente a maior paixão dos meus dias - aquilo pelo qual de baixei, aquilo que me fez esquecer os vómitos que me dava a palavra amor, fazer amor, monogamia . e agora, que nos vejo a uma distancia ridiculamente metafisica, eu não encontro mais significados para palavras como essas, sem ser nas minha letras encantadas, que os convencem e que quase nos convenceram a nós de que era verdade. as minhas letras, pingadas por memórias dos teus amores, quase que me mentiam, quase que me faziam cair de novo no erro de te pedir em casamento. ao lê-las, ao longe e exteriorizando-me, eu acredito profundamente no poder das palavras que ali

like crazy

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os últimos romances que me dei ao desplante de ver desapaixonar-me like crazy

derrames de outonos frios

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ela cobre o rosto por entre os dedos gelados do inverno, espreita suavemente para reencontrar aqueles olhos azuis, intensificados pelo horizonte e morrer no laranja-mar de um por-do-sol adiantado. e os seus lábios rachados de frio abrem-se numa tentativa de contar a verdade e pedir desculpa. mas o corpo cala e a alma mente. fui eu? pergunta ele com aquela mistura angelical de cores a dissolver-se em lágrimas há muito por cair. e aquela vontade instintiva de dizer a verdade parece ter desvanecido como uma adolescente que ao ouvir a palavra amor sorri mas não acredita, porque faz parte da idade ser-se mentiroso, faz parte da idade ser-se infiel. ao retirar os dedos da face encontra-se de pele gelada, com escamas a cristalizarem-se sobre o corpo engelhado e ferido, constantemente destruído por acção própria. e ele diz a palavra amor de novo, com uma certeza maior do que a anterior e maior que a primeira de todas. sofia cala, sofia sente o coração parar de bombear, o sangue gelado cansa-se

derrames de divorciados

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Entristece-me saber-te assim, entender cabisbaixa o teu desencanto de quem foi descoberto e já nada tem para mim. É triste e cristaliza-me os sonhos saber que fomos por anos loucos um amor padrão, um o-amor-tem-de-chegar. E agora somos apenas seres desmembrados a quem o amor cessou e o ter-de-ir o ter-de-aceitar-ir foi bem mais forte que amor de outros tempos ou o respeito de um presente adormecido e tristonho. Porque o amor foi, teve de ir. E eu tive de ficar, cristalina a ver-te ir de mim para os outros.

Derrames de desapaixonada(os)

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Desculpa se nestes dias empoeirados te consigo dizer tanto tanto, se não consigo calar estes lábios que ao passo que tanto te amam também te vão julgando cada vez mais, julgando-te mais efémero e incerto do que na noite anterior, porque as tuas noites mudam e caem enquanto as minhas crescem a um compasso desmedido de razão. E a tua efemeridade aumenta ao ritmo que vai minguando, inexplicavelmente por entre os meus dedos de descarada podridão, que constantemente te agarram e constantemente te perdem, escorregando suavemente onde nem sempre querem ficar.