derrame de nicotina

por favor, deixa-me só fumar um último cigarro antes de fechar a janela, o último antes de apagar a televisão, por favor, só mais um antes de me meter nessa nossa cama. deixa-me só afogar-me num vicio mais antes de me deitar aí, onde - embora acompanhada - terei frio a noite toda, aí onde os fantasmas tanto aplaudem as minhas lágrimas de bela adormecida, aí onde adormecerei a chorar bem longe desses teus braços abertos. para acordar de manhã num sufoco, com a ideia de que de um sonho se trata, e assim que a realidade de der um valente estalo pela manhã, eu vou ligar a rádio, vou acordar-te o sono, vou abrir a janela e fumar o que resta do meu maço. 
e vou matar-me assim, desgostosa porque a realidade a mim não me diz nada.

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