Castração a ferros quentes

A vida provou-me seguidamente que o amor não era suficiente, bom ou não, verdadeiro ou não, nunca é suficiente. Ainda assim, somos tantas vezes iludidos nas palavras dos outros que creio que o amor me quebrou de novo. Não o meu coração em pedaços, que creio que esse esteve sempre desfeito, mas as minhas asas. Durmo, com há anos antes, como um pássaro ferido, que não sabe mais voar ou cantar, apenas gritar de dores, quando dor é tudo o que lhe resta. Não acredito mais em amor, não tenho em mim mais amores perdidos, apenas sexo, dor e miséria. Não tenho mais lágrimas aqui, tenho-as espalhadas pelo corpo que há de gemer nos braços de outros. Sexo é sempre o meu escape, aquilo onde sei que não há lágrimas nem sorrisos, nem amor nem ódio.
Partiste-me as assas, não posso ser mais pássaro que voa nem amar posso por pássaro que sou. Dei por mim deitado como quem foi ferido, e isso para ti pode não ser nada, mas mim são muitos retornos, muitas batalhas perdidas. Porque ao amor entreguei as asas e do amor vim sem elas.

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