Bring your love baby I can bring my shame

Eram oito da manhã e o pequeno almoço parava-lhe no estômago como se de um ato violento se tratasse. Tudo o que sentia era ódio, desprezo e uma profunda tristeza que não lhe saía do corpo. Talvez estivesse tão habituada a ser miserável que nada lhe sabia bem, nada era suficiente e tudo lhe dava a volta ao estômago. Há muito anos que não sentia aquela sensação de copo meio vazio, aquela sensação de que, por melhor que fosse o momento, tudo a deixava naquele limbo da felicidade, sendo feliz à sua maneira.
Não era algo que ambicionava, ser o tipo de pessoa que nunca estava feliz, mas a verdade é que era isso mesmo que via no seu futuro. Mesmo que melhor, mesmo que distante, parecia sempre tão aquém dos seus sonhos de criança.
Talvez o problema fosse estar no sitio errado, talvez estivesse a caminhar há anos na direção oposta e, agora que olhava para trás, já nem conseguia ver quem era no início do caminho e muito menos quem queria ser.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

What it costs

to all the Hans Hubermann