derrames de sonhos que tiveste

O desamor chegava agora de todo o lado, a carne misturava-se com o sabor jamais doce dos teus lábios e os teus seios parecia rejuvenescidos, quase melhores do que da ultima vez que os havia desejado. Sim, eu conseguia amar todos os contornos desse teus corpo de mulher tão diferente do meu, tão aprofundado e tão mais experiente do que as minhas noites de criança. Não podia dizer-te que não, vi-o com os olhos a queimar-me as costas, ouvi-o chamar o meu nome duas vezes bem alto, implorando-me que fosse embora, que te deixasse o corpo nu num desejo que não devia sentir e que renegasse aquilo que me fazias e que ele queria só para ele. E o meu corpo ficava contigo, dançava pelo teu enquanto sentia os teus dedos suavemente no meu sexo. Sussurravas: não vás, e ele do outro lado gritava: fica comigo. Carne e desamor eram aqueles segundos em que desisti dos teus contornos tonificados e me afastei de vez, na esperança ingénua de encontrar amor de novo num corpo que não era o teu.

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